Hoje peguei a câmera fotográfica de um amigo e deletei quase todas as fotos que ele tirou de minha pessoa.
Eram fotografias enquanto eu comia, piscava, falava, olhava para baixo com um queixo duplo que não deve ser eternizado sequer sob a mira de uma arma.
Ficou apenas uma foto que apresenta duas mãos espalmadas diante de meu rosto e um claro protesto contra o clique naquele momento inoportuno.
Sou contra fotos instantâneas? Jamais!
Adoro o toque de loucura e imprevisto das fotos sem pose. E adoro ainda mais a sensibilidade do fotógrafo que não expõe seus modelos de forma vexatória ou inconveniente.
Reservo os direitos sobre a minha imagem, enquanto meu amigo reserva os direitos sobre a câmera dele. Então... de quem eram as fotos? Dele ou minhas?
Hum... muito se pode discutir a respeito. Mas sinto que as fronteiras entre o privado e o público nunca estiveram tão indefinidas e nunca vi tanta falta de discernimento a respeito do que podemos e o que devemos clicar...