terça-feira, 16 de novembro de 2010
Deus dá aulas de Fotografia?
-Você deve usar a sabedoria de Deus para tirar fotografias.
Porque se não usar a sabedoria de Deus, o Diabo vem e bate a fotografia por você.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Cotidiano
-Não, obrigada. Mas já que abriu a negociação.... adoraria ganhar uma câmera nova!
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Auto-retratos...
Tem coisa pior do que escrever a respeito de quem sou? Do que gosto? Do que vou fazer quando crescer? Expor ao mundo meus sonhos e medos mais secretos?
Se não estou muito enganada os reencarnacionistas afirmam que o grande lance das vidas sucessivas é justamente a busca do objetivo da vida.
Se estas almas ficam retornando através dos séculos em busca desta resposta, quem sou eu para apresenta-la em uma redação?
Pior ainda, em um auto-retrato?? Acompanhada das rugas que o tempo, preocupações e a falta de filtro solar me presentearam e com o reforço dos quilinhos de indulgência que eu mesma me presenteei?
Fala sério...
Acho que vou fotografar meu dedão do pé e afirmar categoricamente que estou em uma fase minimalista.
Mas enquanto não encontro uma imagem que me defina, vou tentando...
Lavadas e secas, as velhas companheiras vão para a estante. |
Quem me conhece, concorda... |
Os cogumelos estavam potencialmente mais alucinógenos neste dia. |
Desconfio que ando convivendo demais com meus cães. |
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Apenas passageiros
Acho que esta é a minha queridinha entre todas que bati em Notre Dame, Paris.
Na confusão de pessoas indo e vindo houve um momento em que a grande maioria delas se dirigiu ao mesmo tempo para o corredor iluminado à direita.
A baixa velocidade deixou estas pessoas borradas e só a construção está nítida, paradinha no lugar.
Olhando para a fotografia lembro da sensação que tive em Notre Dame e especialmente em Rouen.
Estas catedrais nos observam há milênios enquanto passamos por este mundo, na jornada em busca da iluminação.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Noites Curitibanas
Estarei me tornando um dos vampiros do Dalton Trevisan?
Deve ser verdade.
Não vejo meu reflexo nos espelhos da cidade..
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Fotografia, Cores e a Medicina Tradicional Chinesa
Tai Chi é o nome do símbolo que representa o Yin e o Yang.
Como um bom mapa arquetípico o Tai Chi representa nossa existência e para facilitar sua compreensão os chineses desenharam o Ba-Guá, aquele octógono que muitos penduram acima das portas de suas casas.
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Macchu Pichu
Luz, sombra e nuvens, vistos a partir da porta principal da cidade de Macchu Pichu, Peru.
Sony W-170, Peru, 2009
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Mostrar o pau é coisa do passado...
Coisa de gente sem noção ecológica e qualquer compassividade em relação a vida alheia. Seja ela animal ou vegetal.
Moderno, mesmo, é encarar a cobra, esperar o melhor ângulo e...
Clique!
E depois, gentilmente, deixar o bicho seguir com a sua vida.
De minha parte acho muito, mas muito mais bacana mostrar a foto que mostrar o pau...
Sony A100, lente 75/300,modo M, Agosto 2010
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Hoje eu deletei...
Hoje peguei a câmera fotográfica de um amigo e deletei quase todas as fotos que ele tirou de minha pessoa.
Eram fotografias enquanto eu comia, piscava, falava, olhava para baixo com um queixo duplo que não deve ser eternizado sequer sob a mira de uma arma.
Ficou apenas uma foto que apresenta duas mãos espalmadas diante de meu rosto e um claro protesto contra o clique naquele momento inoportuno.
Sou contra fotos instantâneas? Jamais!
Adoro o toque de loucura e imprevisto das fotos sem pose. E adoro ainda mais a sensibilidade do fotógrafo que não expõe seus modelos de forma vexatória ou inconveniente.
Reservo os direitos sobre a minha imagem, enquanto meu amigo reserva os direitos sobre a câmera dele. Então... de quem eram as fotos? Dele ou minhas?
Hum... muito se pode discutir a respeito. Mas sinto que as fronteiras entre o privado e o público nunca estiveram tão indefinidas e nunca vi tanta falta de discernimento a respeito do que podemos e o que devemos clicar...
domingo, 5 de setembro de 2010
Antonia's blues
E fornecerei para a comissão de formatura da modelo em questão.
De repente, quase escuto o choro da pequena...
Sei lá...Devo ter coração de aço.
Esta luz batendo na lágrima que hesita em cair me fez dobrar os joelhos, ficar na altura dos olhos e fotografar muito antes de pensar em oferecer colinho...
Olha só a curva que o corpo da mãe faz ao redor
da bebê que chora.
Exceto pelo cabelinho recortado pela luz todo o resto está desfocado. Não há distração.
Apenas a linguagem corporal materna, o desvelo contido no momento.
Sony A100, lente 50mm, modo S, 2010
sábado, 4 de setembro de 2010
Uma criança, uma melancia e uma fotografia.
Nos distantes anos 80 produzi a foto e a criança e assim sendo reclamo os direitos autorais plenos sobre a fotografia.
O produtor da melancia poderia reclamar os direitos autorais relativos a produção da mesma.
Mas como a primeira devorou a segunda considero-me detentora de todos os direitos, por assimilação.
Esta é uma de minhas fotos favoritas. Quase dá para ouvir o barulhinho dos dentinhos se enterrando na polpa da fruta e compartilhar a alegria que a pequena sente ao possuir uma talhada de melancia geladinha só para ela.
Enquanto o balconista segue indiferente, repondo o estoque.
Olympus trip, 1984
Eu coleciono luz
Cansei de ser apertadora de botão, clicadora de disparador, fotógrafa. Doravante serei caçadora de luz.
Sim, caçarei a energia que viaja pelo espaço a milhares de kilômetros por segundo (300 mil, para quem já tinha esquecido) e torna visível por um instante o que desejo eternizar.
Me fartei de fotografias de tudo, que acabam sendo de coisa nenhuma. Rompi relações com imagens de gente comendo no jantar de casamento, de barriga solta durante a conversa amiga, cenho franzido na hora da hesitação.
Ter uma câmera fotográfica nas mãos não nos torna automaticamente autorizados a clicar a todos e em qualquer momento e mesmo assim o privado nunca foi tão público.
Há tempos deixei de rir dos chamados povos selvagens que não permitem a captura de suas imagens temendo que neste processo suas almas sejam capturadas. Pois não é o que acontece na era digital? Posso te fotografar a qualquer momento. Posso colocar sua imagem na internet para o mundo. Canibalizei sua imagem e a devorei com minha câmera. Seja você quem está na imagem ou não.
Seja você ou não?
Exatamente... Esta luz que viajou o universo e iluminou seu ser no momento do clique mostrou sua beleza, sua cor, sua forma, sua postura e humor. É o que, de modo geral, nossos olhos verão.
Mas em raras ocasiões esta mesma luz abre as cortinas e torna possível vislumbrar nossa alma. Aquela parte que está além da beleza, da moda, das rugas, do peso ganho ou perdido, do peso do tempo levado nas costas, dos sonhos ou dos pesadelos.
Apenas você e a luz. Esta é a imagem que desejo encontrar...
Denise, Setembro/2010